| Maior ave do continente e uma das mais antigas, com fósseis de 40 milhões de anos. Seus parentes mais próximos estão na África (avestruzes) e Austrália (casuares e emus). Os ancestrais da ema eram aves voadoras, mas evoluíram usando a corrida como principal forma de fuga de predadores. Perderam a capacidade de vôo com o desenvolvimento corporal; o macho chega a 34 quilos de peso. Suas antigas penas de vôo alteraram-se para estruturas macias, as quais são usadas para a corte das fêmeas e ajudam a dar equilíbrio nas corridas (até 60 km/h), com mudança repentina de direção. Essas penas foram muito utilizadas na fabricação de espanadores, havendo uma caça comercial regular da ema até a década de 1960 para retirada das penas. A carne não era utilizada. Cria facilmente em cativeiro e adapta-se à presença humana, desde que não haja perseguição ou cachorros. Os índios bororós associam a forma do Cruzeiro do Sul à ema. Os ovos são muito apreciados pelos pantaneiros para alimentação. Vivem em grupos a maior parte do ano. Na foto, um macho, com seu característico pescoço negro mais forte e mais extenso do que suas parceiras. Também é um pouco maior do que as fêmeas. No período reprodutivo, os machos começam a emitir um urro forte e contínuo, parecendo um boi, vindo daí o nome indígena de Nhandu. Reúnem várias fêmeas em um harém e todas botam os ovos em um grande ninho. Ele é escavado pelo macho no chão, encoberto por capinzal e próximo a um capão de mata, sendo forrado com capins e folhas. Feita a postura, as fêmeas deixam para o macho a tarefa de chocar os ovos e cuidar dos filhotes, procurando o território de outro macho para novo acasalamento. Alimentam-se principalmente de folhas, complementando com insetos e pequenos vertebrados. Comem pequenas pedras para auxiliar a moela a digerir os componentes mais duros da dieta, vindo daí o dito “estômago de avestruz” para significar que come qualquer coisa. Outra característica associada à ema e à avestruz é a idéia de que frente ao perigo, enterram a cabeça. Talvez seja derivado do hábito que têm de dormir com o pescoço para a frente, sobre a terra ou do fato de se esconderem atrás de moitas, deitando-se no solo com a cabeça sobre a terra. Embora nadem com facilidade, preferem as áreas mais secas do Pantanal para viver. Na reserva estão mais presentes nas áreas de cerrado estacionalmente inundável da parte central.
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