Cocota, Papo-branco, Periquito-barroso, Caturrita.
Myiopsitta monachus
Período Reprodutivo: julho a novembro
Locais de observação: Mata ciliar rio Cuiabá.
Você encontra essas informações na página 110 do Guia das Aves

Enquanto os demais psitacídeos escavam ninhos em barrancos, ocos de árvores ou cupinzeiros, a cocota é a única espécie a construir um ninho propriamente dito, usando galhos (foto). Seus ninhos são comunitários, com vários casais construindo continuamente essas estruturas. Cilíndricos, usados pelo casal e suas crias. Ficam unidos, através das paredes externas, com os vizinhos. Feitos de gravetos, possuem uma cobertura única e entradas individuais, sendo usados durante todo o ano. Fora do período reprodutivo, descansam e dormem em seu interior ou os procuram no caso de tempestades.
Embora possam ser construídos somente pela cocota, ela, muitas vezes, usa a parte de baixo dos ninhos do tuiuiú como cobertura e “dependura” sua colônia embaixo dessa estruturas. Pode-se separar cada espécie construtora pelo diâmetro dos galhos e gravetos utilizados. Enquanto os do tuiuiú são galhos de maior diâmetro e tamanho, a cocota traz uma série enorme de gravetos menores e mais finos.
A postura é feita antes das chuvas, chegando a 11 ovos por ninho. Estudos na Argentina mostraram que há um enorme sucesso reprodutivo, saindo 7 filhotes nas condições locais, um número muito acima das demais espécies de periquitos sul-americanos. É possível que os filhotes da ninhada anterior ajudem a cuidar dos novos irmãos.
De manhã cedo, saem das colônias para comer nos arredores. Sua alimentação compreende pequenos frutos, sementes de arbustos e capins, flores e brotos. Ficam sempre nas áreas de capões e cordilheiras entremeadas de campos, inundados no período de cheias. No sul do Brasil, Argentina e Uruguai, essa ave é considerada uma praga nos plantios de milho e sorgo. Parte de sua explosão populacional foi ocasionada pelas alterações humanas no ambiente, favorecendo-a. No Pantanal, onde não há uma agricultura de grãos muito extensa, causa danos localizados, mas de pouca expressão. A presença de predadores naturais e espécies competidoras a mantém em níveis populacionais compatíveis.
Além do ninho, pode ser rapidamente reconhecida pelo contraste entre o verde forte do dorso com a barriga, peito, garganta e testa acinzentados (razão do nome papo-branco, dado na região da RPPN). Bico pequeno e amarelado. No peito, aparecem listras mais escuras, como escamas. Asas e cauda com as penas longas azuladas, condição observada sob luz excepcional.
Aparece ao longo dos rios Cuiabá e São Lourenço, no Riozinho e corixos do sudoeste. Igualmente, nas áreas centrais da reserva. Voa rapidamente em formações fechadas, onde quase não se vê os casais, como em outros periquitos. Gritam muito quando assustadas, mas nem tanto durante os vôos. Qualquer intruso na colônia é logo saudado com gritos fortes; todas as aves adultas vêm para a porta do ninho ou pousam sobre a estrutura comunitária e galhos próximos.


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