| A maior espécie de martim-pescador no Pantanal. Além do tamanho, destaca-se dos demais pelo tom cinza azulado da plumagem do dorso e alto da cabeça, fazendo forte contraste com o colar branco e a barriga avermelhada. No peito, a fêmea possui uma faixa cinza azulada separando a garganta da barriga, separação ausente no macho. O longo bico pontudo é utilizado para apanhar os peixes dentro d’água. Pousado em um galho sobre a água ou voando no mesmo lugar (“peneirando”), observa a água abaixo e lança-se como uma flecha sobre os peixes, mergulhando parcial ou totalmente. Com a presa no bico, voltam ao mesmo pouso (ou a um outro galho ou barranco próximo). Antes de engolir o peixe, batem-no várias vezes. Com isso matam ou deixam tonta a presa, retirando também as barbatanas mais rígidas. Ingerem os peixes iniciando pela frente e terminado pela cauda. Chegam aos pontos de pesca no amanhecer, vindos de uma área de dormida mais distante, em vôos muito altos, ao contrário das demais espécies. Anunciam sua passagem e chegada com gritos fortes e penetrantes, repetidos, semelhante ao som de uma matraca. Esse grito também é usado, junto com rápidos movimentos sincronizados de cabeça e cauda, para afastar outros martins-pescadores do seu território de pesca ou para dar alarme da presença de algo estranho. Solitário a maior parte do ano, no período de baixa das águas acasalam-se e voam com o par. Os ninhos são feitos em buracos nos barrancos do rio, expostos pela vazante das águas. Quando o número de casais supera a oferta de locais de ninho, aceita a proximidade de outros na área de reprodução, embora isso não seja verdade nas áreas de pesca. Entre agosto e outubro são vistos pousados nas raízes saindo dos barrancos, próximo da entrada do ninho. Macho e fêmea chocam de dois a quatro ovos, cuidando juntos da alimentação da filhotada. Em vôo, ocorre em toda a RPPN, mas suas áreas de alimentação estão restritas às margens dos rios São Lourenço e Cuiabá, corixos maiores da margem do Cuiabá e as grandes baías da região sudoeste da reserva. Pode ser visto, facilmente, pescando em frente ao hotel em Porto Cercado, em Porto Cercado. Reprodução nos barrancos dos dois rios e nos corixos do Moquém e das Conchas, além do Riozinho.
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