| Uma das aves mais espetaculares do Pantanal pelo colorido e pelo formato único das penas da cauda. Caça insetos e pequenos vertebrados a partir de um pouso fixo. O canto é semelhante ao de uma coruja, emitido mais freqüentemente no clarear e escurecer, embora possa ser escutado a qualquer hora do dia e da noite. Começa com um chamado curto, grave, acelerado (entendido como udu ou duro). Quando outra juruva responde, aceleram o canto e aumentam o número de “udus” (a interpretação onomatopaica do canto passa a ser juruva). Ativa o dia inteiro, impressiona a dificuldade de vê-la nas sombras da vegetação, apesar do colorido intenso do corpo e cabeça, além do tamanho da cauda. O verde brilhante da plumagem é amarelado na barriga e peito. Ao redor dos olhos, vermelhos, grande máscara negra, terminando em duas pontas. Bordejando toda a máscara, azul cobalto intenso, mais claro e extenso na fronte. Alto da cabeça negro. Asas e cauda com ponta azulada. Macho e fêmea são idênticos, com o mesmo bico forte, negro e todo serrilhado. No peito, duas penas negras parecem uma gravata borboleta. A cauda é longa, com as penas centrais mais compridas do que o corpo e com as demais menores e escalonadas. Na ponta das penas centrais aparecem duas raquetes, onde as franjas laterais da pena foram perdidas e restou somente a ponta. Essa estrutura chama ainda mais a atenção quando a juruva movimenta a cauda lateralmente, em especial quando sente-se observada. Ela origina-se da perda, natural, das estruturas laterais da pena após sua formação. Os índios interpretavam essa forma como sendo resultado do transporte, pela juruva, das brasas mandadas pelos deuses para acender a primeira fogueira dos seres humanos. O ninho da juruva é um buraco em barranco de rio ou corixo, às vezes com mais de um metro e estreito. Nas matas e cordilheiras sem barranco, aproveita a entrada do buraco de um tatu para iniciar a escavação do seu túnel horizontal logo abaixo do nível do solo. Tendo a ave cerca de 45 centímetros, com sua cauda, fica a questão de como entra e sai sem danificar suas longas penas especiais. | | |