| Ave símbolo do hotel em Porto Cercado, a maior parte dos cabeças-secas é migratória no Pantanal. Chegam no período de baixa das águas (entre março e maio, mais comumente nesse último mês) e permanecem na região até novembro, momento em que os rios recomeçam a inundar a planície pantaneira. A partir do início da cheia, migram para o sul, acompanhando as águas ainda baixando no Paraguai, até chegar ao norte da Argentina e sul do Brasil. Deixa completamente, ou reduz sua presença na planície pantaneira durante o período de cheias. O Pantanal abriga a principal população reprodutiva dessa espécie no mundo, havendo duas colônias de cabeças-secas na RPPN. Riozinho, com cerca de 150 ninhos e Moranguinha, com 400 ninhos. Em outros locais do Pantanal, essas colônias são mistas com várias espécies de aves aquáticas, mas a do Riozinho é usada exclusivamente pelos cabeças-seca. Nidifica de julho a outubro, quando saem os últimos filhotes da colônia. Entretanto, não faz postura todos os anos, no mesmo local, aparentemente devido a diferenças na altura da cheia anterior. Há menor oferta de alimento para o cabeça-seca em uma região, quando a inundação foi de pequena amplitude. Pesca seus peixes de duas formas principais. Quando as águas estão baixando e os corixos drenando os campos em direção aos rios, postam-se nas áreas mais estreitas, rasas e com correnteza. Deixam seus bicos abertos, metade dentro d’água, e caminham correnteza acima, fazendo movimentos laterais da cabeça em semicírculo. Com isso, esperam que um peixe sendo carregado pela corrente bata neles. Fecham rapidamente o bico e pegam o peixe nesse movimento de pinça. Quando as águas estão muito baixas, procuram os braços de rio ou baías secando, para pescar os peixes ilhados nessas áreas. Novamente, usam o movimento de bico para detectar o peixe e capturá-lo. As duas formas de pesca são feitas individualmente ou em grupo. Em algumas ocasiões, podem ser encontrados às centenas em uma baía secando. Ave muito gregária, seus bandos são vistos deslocando-se nos céus do Pantanal, indo de uma corrente de ar quente ascendente até a próxima, economizando energia nos seus deslocamentos entre os pontos de dormida ou reprodução e as áreas de alimentação. Quando saem do ninho, as aves juvenis possuem a cabeça e pescoço emplumados. Essas características são perdidas pouco a pouco, até o terceiro ano de vida, quando o pescoço e cabeça ficam sem penas e escuros (foto). As aves novas abandonam o ninhal com o bico amarelado, cuja cor logo escurece para, em seguida, ficar cor de chifre. Nesse mesmo período, os pés e pernas cinza claros dos juvenis vão mudando, devagar, para a cor negra das pernas e pés amarelados das aves adultas. A plumagem é de cor creme no período juvenil, para ficar totalmente branca na ave adulta, destacando a cor e forma especial de cabeça e pescoço. As asas e a cauda são negras em qualquer idade, servindo para destacá-lo quando sobrevoa alto, diferenciando-se do tuiuiú e do tabuiaiá por sua silhueta e cores.
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