Tuiuiú, Jaburu .
Jabiru mycteria
Período Reprodutivo: maio a novembro
Locais de observação: Brejos, Cambarazal, Campo, Mata ciliar rio Cuiabá, Mata ciliar rio São Lourenço, Rios, corixos e baías.
Você encontra essas informações na página 57 do Guia das Aves

Considerado o símbolo do Pantanal, o Tuiuiú é a maior ave voadora da planície pantaneira. É uma cegonha; como tal, voa com seu pescoço e pernas esticados, ao contrário das garças e seus pescoços encolhidos durante o vôo. Com até 1,60m de altura e 2,80m de envergadura (medida de uma ponta da asa aberta à outra), utiliza-se, principalmente, das correntes de ar quente ascendentes para voar. Nesses vôos, destaca-se pelas penas brancas da cauda e asa, em contraste com o pescoço, cabeça, bico e pés negros, além do seu maior tamanho, em relação às outras aves na mesma corrente de ar.
Esses deslocamentos podem ser de poucos até centenas de quilômetros. Percorre as distâncias maiores quando as condições locais alteram-se, devido à flutuação natural do ciclo de águas, fazendo escassear as fontes de alimento.
Alimenta-se de peixes e caramujos, embora também coma insetos e pequenos vertebrados terrestres, de forma ocasional. O seu período de reprodução coincide com a baixa das águas, momento em que muitos peixes ficam presos nas lagoas baías e corixos, facilitando sua pesca. Nesta época, o mussum (Symbranchus marmoratum) e a traíra (Hoplias malabaricus) são as principais presas levadas aos filhotes, bem como o grande caramujo aquático pulmonado (Pomacea).
Os ninhos do tuiuiú são as maiores estruturas construídas por aves no Pantanal. Localizados nas árvores mais altas, seja nos capões espalhados no campo, seja na mata ribeirinha, são reutilizados a cada ano, com acréscimo de material. Crescem, dessa forma, até atingirem 1,85m de diâmetro e 70cm de altura, na média. Há registro de ninho com 3m de diâmetro. A altura do solo varia conforme a vegetação do local. Medidas de ninhos chegaram à altura média de 11m, com extremos entre 4 e 25 metros. Feitos de galhos mais grossos na parte externa, são forrados no interior com capins e plantas aquáticas para a postura de 4 ovos (raramente 5), incubados por 60 dias. Os filhotes saem do ninho aos 3 meses de idade, acompanhando os pais nas primeiras semanas de vida. O ninho fica tão sólido ao final do período reprodutivo, devido ao pisoteio, que é capaz de sustentar uma pessoa adulta sobre ele. Outras aves, em especial a cocota, periquito-barroso (ou caturrita, como é conhecido esse periquito no sul do Brasil), usam a base do ninho do tuiuiú para dar sustentação aos seus.
O casal fica unido pelo menos durante o ciclo reprodutivo, executando danças em dueto e batendo seus longos bicos, maiores nos machos do que nas fêmeas. Nessas ocasiões, a pele vermelha do papo fica mais ressaltada, devido ao aumento da irrigação sangüínea.
Ocorre em toda a reserva do SESC, com ninhos mais concentrados ao longo do rio Cuiabá e no Riozinho, onde estão seus principais pontos de alimentação.


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