Bem-te-vi-pirata.
Legatus leucophaius
Período Reprodutivo: julho a janeiro
Locais de observação: Cambarazal, Cerradão, Mata ciliar rio Cuiabá, Mata ciliar rio São Lourenço, Mata Seca.
Você encontra essas informações na página 178 do Guia das Aves

O menor dos bem-te-vis rajados, no período reprodutivo vocaliza praticamente o dia todo em locais expostos e torna-se notável. Em comparação com Empidonomus varius, o bico é menor e a cauda mais curta (foto), conferindo um aspecto mais atarracado ao bem-te-vi-pirata. Sob excelentes condições, é possível observar que falta a esse o fio marrom avermelhado da parte superior das penas da cauda daquele.
Entretanto, como sempre os vemos contra o céu, as características comportamentais são grandes auxiliares. O nome pirata vêm do hábito de tomarem ninhos construídos por outras espécies para reproduzirem. Na RPPN, as japuíras são as principais vítimas, apesar de outras aves também “cederem” ninhos. É impressionante como o bem-te-vi-pirata, muito menor, desprovido da força e bico da japuíra, consegue ocupar o ninho. Em julho/agosto, praticamente cada colônia de japuíra na reserva possui um ou mais bem-te-vis-piratas cantando nas proximidades e iniciando o processo de dissuasão contínua, até a fêmea de japuíra abrir mão do ninho.
A colônia de japuíras continua ativa, enquanto o pirata ocupa seu posto e reproduz-se. O canto continua até o final desse período, sendo emitido mesmo nas horas mais quentes do dia. A pequena ave pousa em seu galho preferido e canta sem parar. É um chamado alto, com duas ou três notas introdutórias, ascendentes; após um pequeno espaço, uma risada rápida e descendente, nem sempre emitida.
Após a reprodução, emudece e fica de difícil detecção. A população sulina, como em outros tiranídeos, é migratória e pode passar pelo Pantanal, embora os detalhes sejam desconhecidos. As aves pantaneiras tanto podem ser migratórias, como deixarem de serem notadas pela dificuldade de observação na copa da mata. Alimenta-se de frutinhos, com pequena porcentagem de insetos.
Habita as matas ciliares dos rios Cuiabá e São Lourenço, bem como do Riozinho e corixos maiores da região sudoeste da reserva. Várias colônias de japuíra são construídas próximas a casas, como nos jardins do hotel em Porto Cercado. Nessas ocasiões, o bem-te-vi-pirata usa esses ambientes urbanizados. Também é comum na mata do Bebe e cerradões do norte da RPPN.


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