| A maior ave da família no Pantanal, os machos impressionam pelo tamanho e pela diferença de porte em relação às fêmeas. Fazem ninhos em bolsas trançadas, colocando-as na ponta de galhos ou folhas de palmeira altas, em locais bem expostos. Galhos sobre os rios Cuiabá e São Lourenço podem ser ocupados, destacando os ninhos na paisagem. Os machos iniciam o trançado, fazendo uma base, mas logo abandonam a tarefa e deixam às fêmeas o trabalho principal de tecelagem de duas ou três semanas. São utilizadas fibras vegetais, com preferência para as fitas de folhas de palmeiras, retiradas com o bico. A entrada fica próxima ao ponto de apoio e, com o peso da ave chocando ou dos filhotes no interior, as fibras são repuxadas e fecham-na, uma proteção contra predadores. Medem até um metro de comprimento. O trançado é resistente, durando meses ao sol e à chuva, mesmo após os ninhos serem abandonados. Somente a fêmea choca e cuida dos filhotes. Os machos ficam cantando seguidamente na colônia, formando pequenos haréns. O canto é especial, com uma série de ruídos diferentes de qualquer ave. Em vôo ou para dar o alarme, possuem um grasnado rápido, usado para comunicar-se com os outros japus. Durante o dia, buscam alimento de forma solitária ou em pequenos grupos. Procuram invertebrados, néctar, frutos e flores no meio da folhagem, às vezes em locais e alturas inesperadas pelo tamanho da ave. Usam pomares, onde podem causar danos para pequenos agricultores. Entram nas cidades pantaneiras, em visitas rápidas, quando há oferta de frutas nas árvores. Além do tamanho, é inconfundível o contraste do corpo com as penas amarelas da cauda (somente as centrais são negras). O tom amarronzado da base da cauda (foto) é pouco visível na natureza. Por outro lado, o enorme bico pontudo e de cor marfim chama a atenção. As aves adultas possuem o olho azul piscina, sendo marrom escuro nos juvenis. Habitam as matas ciliares, matas secas e cerradões. Deslocam-se grandes distâncias entre pontos de dormida e áreas de alimentação. No final da tarde começam a voar para as áreas de dormida, juntando-se pouco a pouco até chegar a algumas dezenas ou centenas. Concentrações tão grandes formam-se entre maio e julho, atraindo também japuíras e guiraúnas. Ocorrem em toda a RPPN, embora não utilizem muito os cerrados das partes central e norte. Pode ser visto nos jardins do hotel, em Porto Cercado.
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