| Uma das aves inconfundíveis no Pantanal pelo seu colorido espetacular. De longe, chama a atenção o laranja avermelhado contrastando com as partes negras. Nas asas, uma área branca destacada (foto). Nos adultos, olho amarelo; marrom nos juvenis, cuja plumagem não atinge o forte tom avermelhado das aves adultas, parecendo amarelado. Essa espécie ocorre em toda a planície pantaneira, além do noroeste paraguaio (chaco), partes baixas da Bolívia e boa parte da Amazônia Ocidental. É interessante como essa espécie, associada a bordas da mata ciliar, mata seca, cerradões e áreas com vegetação adensada, ocorre desde ambientes de grande precipitação na Amazônia até regiões semiáridas como o chaco. Aparece em todas as áreas florestadas da RPPN e nos capões de cerrado e cerradão da parte central. Evita, somente, os baixios alagados entre o rio Cuiabá e o Riozinho. Aparece nos jardins do hotel em Porto Cercado. O famoso corrupião do nordeste brasileiro pertence a mesma espécie, embora tenha mais negro nas costas e na cabeça. Entre o Pantanal e o vale do rio Araguaia existe uma área sem ocorrência dessa ave. O corrupião chega até ao norte da ilha do Bananal, enquanto o João-Pinto aproxima-se de Cuiabá como seu limite leste. O canto do joão-pinto é único no Pantanal, dando origem ao nome comum. Melodioso, é composto por assobios flautados. As aves cantam pousadas na parte alta de árvores ou arbustos, uma respondendo a outra. Se imitados ou respondendo a canto gravado, aproximam-se, interessados na fonte emissora. Vivem em casais, procurando invertebrados, frutos ou flores no meio da vegetação da borda ou em arbustos isolados. Abrem a corola das flores com o bico e sugam o néctar. Na florada dos ipês, piúvas e pombeiros. procuram seguidamente essas plantas. Quando fazem vôos longos em espaços abertos, movimentam a cauda caracteristicamente para baixo, enquanto batem as asas, parecendo ajudá-las a impulsionar o corpo. O movimento de asas também é peculiar, com várias batidas rápidas seguidas por intervalos pequenos de batidas mais intercaladas. Fazem um ruído único ao passarem em vôo. Não constroem um ninho próprio, ocupando ninhos do bate-coco ou do joão-graveteiro. Na Amazônia, tomam ninhos de japuíra, algo ainda não detectado no Pantanal.
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