João-pinto.
Icterus icterus
Período Reprodutivo: agosto a novembro
Locais de observação: Cambarazal, Cerradão, Cerrado, Mata ciliar rio Cuiabá, Mata ciliar rio São Lourenço, Mata Seca.
Você encontra essas informações na página 218 do Guia das Aves

Uma das aves inconfundíveis no Pantanal pelo seu colorido espetacular. De longe, chama a atenção o laranja avermelhado contrastando com as partes negras. Nas asas, uma área branca destacada (foto). Nos adultos, olho amarelo; marrom nos juvenis, cuja plumagem não atinge o forte tom avermelhado das aves adultas, parecendo amarelado. Essa espécie ocorre em toda a planície pantaneira, além do noroeste paraguaio (chaco), partes baixas da Bolívia e boa parte da Amazônia Ocidental. É interessante como essa espécie, associada a bordas da mata ciliar, mata seca, cerradões e áreas com vegetação adensada, ocorre desde ambientes de grande precipitação na Amazônia até regiões semiáridas como o chaco.
Aparece em todas as áreas florestadas da RPPN e nos capões de cerrado e cerradão da parte central. Evita, somente, os baixios alagados entre o rio Cuiabá e o Riozinho. Aparece nos jardins do hotel em Porto Cercado.
O famoso corrupião do nordeste brasileiro pertence a mesma espécie, embora tenha mais negro nas costas e na cabeça. Entre o Pantanal e o vale do rio Araguaia existe uma área sem ocorrência dessa ave. O corrupião chega até ao norte da ilha do Bananal, enquanto o João-Pinto aproxima-se de Cuiabá como seu limite leste.
O canto do joão-pinto é único no Pantanal, dando origem ao nome comum. Melodioso, é composto por assobios flautados. As aves cantam pousadas na parte alta de árvores ou arbustos, uma respondendo a outra. Se imitados ou respondendo a canto gravado, aproximam-se, interessados na fonte emissora. Vivem em casais, procurando invertebrados, frutos ou flores no meio da vegetação da borda ou em arbustos isolados. Abrem a corola das flores com o bico e sugam o néctar. Na florada dos ipês, piúvas e pombeiros. procuram seguidamente essas plantas. Quando fazem vôos longos em espaços abertos, movimentam a cauda caracteristicamente para baixo, enquanto batem as asas, parecendo ajudá-las a impulsionar o corpo. O movimento de asas também é peculiar, com várias batidas rápidas seguidas por intervalos pequenos de batidas mais intercaladas. Fazem um ruído único ao passarem em vôo.
Não constroem um ninho próprio, ocupando ninhos do bate-coco ou do joão-graveteiro. Na Amazônia, tomam ninhos de japuíra, algo ainda não detectado no Pantanal.


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