| A marreca mais comum no Pantanal, vivendo nos campos alagados, brejos, corixos rasos e margens dos rios. Com a baixa das águas, realiza movimentos cuja extensão é desconhecida. A postura é feita em abril/maio. Constrói seu ninho em ocos de árvores, muitas vezes a 15 metros de altura do solo e distantes do alagado mais próximo. Chocam 26 a 31 dias. Logo depois de nascerem, os filhotes (chega a botar 16 ovos) escalam a parede interna do ninho e lançam-se ao solo, onde os pais os esperam, chamando. Graças a seu baixo peso e penugem de cobertura, não se machucam. Caminham pela vegetação até a água próxima, onde irão procurar as sementes e folhas de sua alimentação. Nessa fase, o casal faz a sua troca de penas de vôo de uma única vez, uma forma de muda característica dessa família e de poucas aves. Todas as penas longas das asas são substituídas, deixando a ave sem voar durante cerca de duas semanas. Nesse período, o mergulho passa ser a forma de fugir de predadores, tática também usada pelos filhotes. Chegam a ficar mergulhados e colocar somente o bico para fora, respirando sem fazer-se notar. Com cerca de dois meses de idade estão voando e os grupos familiares começam a reunir-se aos bandos de marrecas-cabocla. Nesse período, algumas vezes podem ser observados grupos de até 10.000 marrecas juntas nos campos secando. No início da estação chuvosa, já se moveram para locais desconhecidos, retornando a partir de janeiro. Algumas vezes são vistas voando durante o dia, mas é no crepúsculo e à noite quando mais se movimentam. Alimentam-se nesses horários. O assobio característico de contato é emitido e, em noites claras, torna-se possível vislumbrar as suas silhuetas em vôo. Muito colorida, macho e fêmea são idênticos, destacando-se o bico vermelho e pernas alaranjadas. Pousados, aparece uma fina faixa branca na asa dobrada. Em vôo, a faixa alarga-se e caracteriza essa marreca. O juvenil possui as cores do corpo mais apagadas e o bico cinza escuro. Pode ser observada em toda a RPPN, embora com mais constância nos brejos do Riozinho e corixos do sudoeste da reserva. Usa essas áreas para alimentar-se, especialmente na baixa das águas (entre julho e setembro). Ocasionalmente, está pousada nas praias do rio Cuiabá durante o dia. À noite, procura os brejos próximos aos rios para alimentar-se.
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