| Especialista em caçar peixes, sendo uma das poucas espécies com esse hábito alimentar entre os gaviões do Brasil. Fica pousado em poleiros tradicionais durante longas horas, à espera que movimentos de peixes próximos à superfície os denunciem. Rapidamente, voa para a presa e captura-a com os pés, providos de garras finas e formações como pequenos espinhos na planta, auxiliares na captura. Carrega o peixe para o galho preferido e o come. Eventualmente, pode capturar alguns insetos e caramujos aquáticos. Pesca durante todo o dia, mesmo nas horas quentes, ficando no poleiro exposto, esperando, pacientemente, como todo bom pescador. No final da tarde, voa para uma árvore alta, próxima ou não, para passar a noite. No começo da manhã seguinte, retorna ao ponto de pesca. Além desses vôos matutinos e vespertinos, pode ser notado planando nas correntes de ar quente ascendente, alcançando grandes alturas. O formato especial das asas, longas, largas e arredondadas, bem como a pequena cauda, pouco visível, forma uma silhueta singular, em especial devido à cor da cabeça. O corpo é marrom avermelhado, levemente alaranjado na barriga, contrastando com a cabeça clara e uma faixa negra na garganta, como uma gravata. Essa cor branca da cabeça é a razão do nome gavião-velho. Bico negro, com as pernas cinza claro. As penas longas das asas e cauda são negras. A envergadura e o tamanho das asas são impressionantes. O juvenil possui a plumagem mais esmaecida, com barras e pontos escuros, sem que o branco da cabeça e pescoço estejam bem definidos. No peito, possui uma faixa negra, como um colar e cauda com finas faixas negras e uma larga banda terminal negra. Intrusos na área de pesca são denunciados pelo chamado forte e curto, como se fosse uma tossida rápida. A fêmea é pouco maior do que o macho, diferença visível somente se os dois estão próximos. Na época de corte, fazem vôos especiais, com grandes e suaves subidas e descidas. Ocasionalmente, o macho faz um vôo picado e fica de cabeça para baixo, sob a fêmea, com as duas aves tocando as garras. É um tipo de manobra de grande destreza, sendo o resultado final de enorme plasticidade. A subida das águas afeta algumas das áreas de pesca, fazendo com que se desloquem no interior do Pantanal, procurando novos locais de alimentação. Fica nas margens dos rios, baías e corixos, freqüentando também os pequenos alagados. Na RPPN, é observado cruzando os ares de toda a reserva, com pontos de pesca mais localizados na região do rio Cuiabá e Riozinho, bem como nos outros corixos e baías da região sudoeste.
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