Jacu-goela (BM), Jacu .
Penelope ochrogaster
Período Reprodutivo: setembro a junho
Locais de observação: Cambarazal, Cerradão, Cerrado, Mata ciliar rio Cuiabá, Mata ciliar rio São Lourenço, Mata Seca.
Você encontra essas informações na página 82 do Guia das Aves

Além do Pantanal, ocorre em uma área no vale do rio Araguaia e outra no vale do rio São Francisco. Está praticamente extinto, fora da planície pantaneira, devido à caça e alteração do ambiente florestal onde vive. Consta da Lista de Aves Ameaçadas do Brasil.
Apesar de também ser caçado e estar ameaçado no Pantanal, é na planície pantaneira que resta a maior população dessa ave. Habita a mata seca do centro e parte sul da reserva, bem como os cambarazais, estando na RPPN a maior população conhecida da espécie.
Como os outros jacus, parece uma grande galinha de rabo e asas compridas (foto). Cabeça pequena e pescoço longo. A cor das costas e cauda é cinza escuro, quase negro, manchado de pequenos riscos claros, chegando a serem brancos nas costas. Na cabeça, pescoço e barriga, a cor de fundo é marrom avermelhada escura, com riscas brancas ou claras. A cabeça é um pouco mais avermelhada, com uma risca cinza claro acima dos olhos. A pele nua ao redor os olhos é escura, fazendo forte contraste com a barbela de pele vermelho escuro, pendendo abaixo. Essa barbela é mais ou menos visível, conforme a ave está assustada ou não. Sob perigo, contrai a musculatura e diminui a visualização desse sinal. O bico é escuro e os pés claros.
É uma espécie pouco conhecida na natureza. Tem um comportamento arredio, afastando-se ao menor sinal de perturbação. Apesar do seu tamanho e vôo pesado, rapidamente movimenta-se do chão ou partes baixas da mata para a copa e desaparece entre as folhas. Ao contrário dos outros jacus, não costuma ficar dando seguidos gritos de alarme.
Geralmente, é vista como uma silhueta de passagem, assustada. Alimenta-se de flores de ipês (ou piúvas, nome pantaneiro), de tarumãs e cipós nas árvores durante a florada. Os outros jacus alimentam-se de material vegetal, frutos, sementes e invertebrados no solo. Como anda muito no chão, pode ser que também tenha os mesmos hábitos alimentares.
Na região da reserva, é possível que exista uma segunda espécie de jacu, também florestal, chamado em alguns lugares de Jacupemba Penelope superciliaris. Ocorre nas matas ciliares do Brasil Central até a região da borda do Pantanal. Um pouco menor do que o jacu pantaneiro, falta-lhe o tom avermelhado da plumagem da barriga e pescoço, característica desse último.


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