| Além do Pantanal, ocorre em uma área no vale do rio Araguaia e outra no vale do rio São Francisco. Está praticamente extinto, fora da planície pantaneira, devido à caça e alteração do ambiente florestal onde vive. Consta da Lista de Aves Ameaçadas do Brasil. Apesar de também ser caçado e estar ameaçado no Pantanal, é na planície pantaneira que resta a maior população dessa ave. Habita a mata seca do centro e parte sul da reserva, bem como os cambarazais, estando na RPPN a maior população conhecida da espécie. Como os outros jacus, parece uma grande galinha de rabo e asas compridas (foto). Cabeça pequena e pescoço longo. A cor das costas e cauda é cinza escuro, quase negro, manchado de pequenos riscos claros, chegando a serem brancos nas costas. Na cabeça, pescoço e barriga, a cor de fundo é marrom avermelhada escura, com riscas brancas ou claras. A cabeça é um pouco mais avermelhada, com uma risca cinza claro acima dos olhos. A pele nua ao redor os olhos é escura, fazendo forte contraste com a barbela de pele vermelho escuro, pendendo abaixo. Essa barbela é mais ou menos visível, conforme a ave está assustada ou não. Sob perigo, contrai a musculatura e diminui a visualização desse sinal. O bico é escuro e os pés claros. É uma espécie pouco conhecida na natureza. Tem um comportamento arredio, afastando-se ao menor sinal de perturbação. Apesar do seu tamanho e vôo pesado, rapidamente movimenta-se do chão ou partes baixas da mata para a copa e desaparece entre as folhas. Ao contrário dos outros jacus, não costuma ficar dando seguidos gritos de alarme. Geralmente, é vista como uma silhueta de passagem, assustada. Alimenta-se de flores de ipês (ou piúvas, nome pantaneiro), de tarumãs e cipós nas árvores durante a florada. Os outros jacus alimentam-se de material vegetal, frutos, sementes e invertebrados no solo. Como anda muito no chão, pode ser que também tenha os mesmos hábitos alimentares. Na região da reserva, é possível que exista uma segunda espécie de jacu, também florestal, chamado em alguns lugares de Jacupemba Penelope superciliaris. Ocorre nas matas ciliares do Brasil Central até a região da borda do Pantanal. Um pouco menor do que o jacu pantaneiro, falta-lhe o tom avermelhado da plumagem da barriga e pescoço, característica desse último.
| | |