Mutum.
Crax fasciolata
Período Reprodutivo: julho a novembro
Locais de observação: Cambarazal, Cerradão, Mata ciliar rio Cuiabá, Mata ciliar rio São Lourenço, Mata Seca.
Você encontra essas informações na página 84 do Guia das Aves

A maior ave da família no Pantanal, o mutum passa a grande parte do dia no solo da mata ou nas proximidades dos capões. Ao amanhecer e no final da tarde, pode ser visto nas praias ou nas estradas pantaneiras.
Alimenta-se de flores caídas de ipês (piúvas), frutos no chão e invertebrados. Empoleira-se a meia altura, durante a noite ou nas horas mais quentes do dia. O ninho, uma grande maçaroca de galhos e folhas, é construído a 3 ou mais metros de altura do chão, camuflado por folhas da árvore de sustentação. Postura de dois ovos, chocados ao longo de um mês. Os filhotes voam atrás dos pais no segundo dia de vida, sendo a reprodução no final da seca e início da temporada de chuvas.
O nome mutum vem do canto territorial do macho, um som gutural, alto. Mais freqüente de julho a dezembro, embora possa ser escutado em qualquer mês do ano. No período reprodutivo, começa a cantar na madrugada, ainda escuro e prossegue, com grandes intervalos, até o meio da manhã. Canta tanto empoleirado, como no solo, virando a cabeça para o chão, entreabrindo as asas e expulsando o ar pela traquéia, em movimentos ritmados do corpo.
Além desse chamado, macho e fêmea possuem um assobio alto e curto, usado como alarme. Responde, quando imitado.
Vive aos casais, sendo raro encontrá-lo isolado. Muito territoriais, somente aceitam os filhotes juntos por algum tempo, sendo logo expulsos da área, ao atingirem o tamanho dos pais.
O contraste das cores da plumagem dos dois sexos é marcante (foto). Macho todo negro, com a barriga e ventre brancos. A pele nua em volta das narinas é amarelo vivo, em contraste com o negro do bico. Cauda longa e negra, com a uma pequena ponta branca. Já a fêmea é mais colorida, embora o negro domine no dorso. Possui uma série de finas listras brancas nas costas e parte do peito, com a barriga e ventre amarelados. A crista, formada por penas sempre eriçadas, é branca, com pontas negras. A pele das narinas é escura, como o bico e cabeça, às vezes com alguns pontos amarelos. Os filhotes nascem com uma plumagem especial, muito colorida, logo trocada para a plumagem do sexo correspondente.
Apesar de ser uma ave procurada como caça, no Pantanal é bastante freqüente. Nos lugares onde não é perseguida, aproxima-se das casas e vêm ao terreiro comer junto com a criação doméstica.


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