| Esse é o campeão dos migrantes da RPPN. Apesar de ser a menor espécie do grupo dos maçaricos da reserva, é a que vêm de mais distante e, logo, continua seu vôo ainda mais para ao sul. Suas áreas de reprodução estão na tundra ártica do Canadá e Alasca, ao redor do Mar Ártico. Faz os ninhos na segunda quinzena de junho, na breve primavera polar. O choco e cuidados com os filhotes cabe à fêmea, já que o macho abandona a tundra logo depois da postura dos ovos. Os filhotes nascem depois de 22 dias de choco e, graças ao dia de quase 24 horas de luz das regiões polares, comem e crescem aceleradamente. Com 17 dias de vida já estão voando como os adultos e começam a migrar para o sul. Atingem o Brasil em meados de agosto (aves adultas, especialmente os machos, primeiro). A onda migratória de juvenis é mais tardia; no final de setembro e início de outubro estão migrando pelo Pantanal. Passam pelo centro do Brasil para atingir a Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul, onde permanecem até início/meados de abril. A partir desse período, voltam ao Hemisfério Norte, em rápidos vôos migratórios. Esse é o momento da cheia na planície pantaneira, deixando poucas praias arenosas ou lodosas, seus locais de alimentação. Dessa forma, migram sobre o Pantanal até o norte da América do sul, sem pousar. O maçariquinho alimenta-se de invertebrados aquáticos, encontrados na lama ou areia das margens de rios, corixos e baías. Para encontrar o alimento, usa o longo bico, cujas terminações nervosas da ponta atuam como uma bengala de cego. Ele vai, repetidamente, enfiando o bico na lama e caminhando, até sentir a presa. Muitas vezes, é uma minhoca relativamente grande e a ave luta para arrancá-la do chão. Come rapidamente e logo volta à sua busca. O cinza escuro do dorso, com grandes bolas negras na plumagem juvenil, faz contraste com a barriga e parte do peito, brancos. A plumagem de reprodução do adulto mistura bolas negras, finamente bordejadas de amarelo ou marrom alaranjado, com riscas negras no papo e peito. Em setembro, quando é visto no Pantanal, os adultos possuem restos da plumagem reprodutiva, mesclada à de invernada, acinzentada das costas, toda branca na barriga e peito. Ao voar , mostram uma grande faixa branca sobre a cauda (foto), característica desta espécie e capaz de separá-la dos outros maçariquinhos, todas espécies muito parecidas. Observado sob boa luz, mostra uma listra clara sobre os olhos. Possui um chamado de contato, um pio fino e contínuo, usado quando voa. Fora isso, é silencioso e pode passar despercebido, enquanto descansa pousado sobre o lodo da margem, com a cabeça entre as asas e apoiado em uma das pernas. Suas cores o camuflam bem nesse ambiente. Pode ser observado em qualquer charco ou margem de rio da RPPN, sendo mais freqüente na região do Riozinho e corixos do sudoeste.
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